quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Poema 16

por isso seu telefone
toca, nas madrugadas:

eu quero que meu nome
e as suas juras passadas

desfilem na avenida
da sua nova vida.


permita-me, amor, essa
minha última loucura
(seus passos vão depressa
além da minha triste figura):

caiar de poeira
a nossa ruína.

mesmo contra o vento
mesmo além do tempo:


como uma fogueira
sob a chuva fina.





( por Alan Miranda )

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Poema 15

a noite refaz o que se perdeu
e me traz toda esperança.
é onde brinco feito criança
com a minha avó que já morreu.


é antes de tudo, no sonho
que a morte fica calada
pois apenas aí disponho
de um eterno agora, e mais nada.


enquanto meu corpo descansa
deixa vaga parte da cama
(refazendo o nosso final):


ela talvez volte de aliança
sussurando que ainda me ama
com os entregadores de jornal.





( Por Alan Miranda)